Toques pessoais

Com 60 m², o flat mobiliado em Ribeirão Preto, que foi alugado pelo arquiteto Thiago Manarelli, ganhou vida nova com intervenções pontuais feitas pelo profissional

Ao alugar um imóvel mobiliado, muita gente se pergunta como personalizar a casa, já que as peças não foram escolhidas a dedo pelos moradores. O flat de 60 m² locado pelo arquiteto Thiago Manarelli, sócio do escritório Manarelli Guimarães, em Ribeirão Preto, dá algumas respostas. Apostar em cores ousadas para paredes e tetos pode ser o primeiro passo. “Meu apartamento caipira tem cores que lembram a artista mexicana Frida Kahlo”, brinca o profissional. Tom de rosa seco tinge as paredes do living, enquanto um laranja forte e queimado cobre o teto, inclusive o da cozinha equipada.

Ladeando o sofá, que ganhou capa de sarja branca, fica uma mesa do designer Zanini de Zanine, comprada especialmente para o local assim como o belo tapete. “As vezes é preciso investir um pouco mais pesado em algumas peças para dar up no visual”, comenta Thiago. Em outras, não. Ele adquiriu em um outlet poltronas e banquetas de área externa e as usou na sala, de maneira inusitada e com bom resultado. Objetos, luminárias e quadros do acervo pessoal do arquiteto também foram empregados.

“A arte traz emoção aos ambientes”, lembra ele, que em parte de uma parede da sala reuniu obras de pequeno formato de artistas de diferentes partes do Brasil. Há ainda a cabeça de madeira produzida pelo sergipano Véio, sobre aparador de acrílico, e uma foto de Cláudo Colavolpe próximo da sala de jantar. Já o lavabo pintado de azul-escuro revela gravura de Alfredo Volpi, e o quarto, em cor de concreto, exibe trabalhos do baiano Almo.

No dormitório, o arquiteto interveio dispondo uma faixa de madeira com aspecto ripado sobre a cabeceira cinza preexistente. “Ela era baixa e sem graça”, comenta Thiago. O mesmo recurso foi usado no painel da TV à frente da cama, para torná-lo maior, onde fica ainda uma cadeira comprada em bricabraque – mais uma peça garimpada pelo profissional para compor, de maneira bem pessoal, seu território no interior paulista.